Primeiro: Todas somos a Alice!

Todas temos poder…. Todas somos Rainhas! Todas somos Alices!

O importante é saber que tipo de rainhas é que somos…. Somos Rainhas Vermelhas ou Rainhas Brancas?

Mas para responder temos que resgatar a nossa Alice interna…..

Todas devem recordar-se dos contos da Alice nos Pais das Maravilhas (1865) e Alice do outro lado do espelho (1871), nas histórias habitam duas rainhas: a Rainha Vermelha ou de Copas e a Rainha Branca que para mim representam muito bem a Rainha como arquétipo e nos permite observar a sua dualidade no nosso interior.

A Rainha Branca simboliza o nosso lado luminoso e radiante, este lado que emerge quando a nossa rainha interior é uma boa conselheira e procura a bondade. A Rainha Vermelha simboliza o nosso lado sombrio, o lado que emerge quando a nossa rainha interna cai nas armadilhas do poder do ego, tornando-a numa soberana que procura dominar e tiranizar. Ambas habitam no Pais das Maravilhas, esse Pais que existe no interior da Alice, no interior de cada uma de nós.

WONDERLAND é na verdade, o mundo subterrâneo:

Underland!

Ou seja: O Mundo da Fantasia é o nosso Mundo Inconsciente ou Subconsciente… onde fica soterrada a nossa consciência, a nossa essência…. O nosso Feminino Sagrado.

Somos uma espécie de Alice do Pais das Maravilhas e temos de decidir do lado de que rainha queremos estar. Para fazê-lo, tal como a Alice, temos de procurar no nosso interior o nosso “Ser Essencial” e separa-lo do “ser” que representa o nosso lado egoísta e egocêntrico de percepcionar-nos e percepcionar o que nos rodeia. Enquanto o “Ser Essencial” nos mostra oCaminho do Feminino, a voz da alma e o nosso lado receptivo e altruísta.

Esta viagem interior é a viagem de descoberta de nós como Mulheres, é uma viagem difícil pois temos que enfrentar-nos aos monstros que obstaculizam a entrada para o nosso “Ser Essencial”: O monstro da dúvida, o monstro do medo, o monstro das ambivalências internas, o monstro zangado, o monstro ciumento…. Eles são enormes e o seu tamanho não nos deixa ver o caminho, não nos deixa ver os nossos aliados nesta viagem ou a forma como transformar estes monstros em companheiros/aliados para esquivar as armadilhas. Mas nós somos Mulheres… Alices adultas que temos tudo aquilo que precisamos para dar o salto para o próximo nível: a liberdade de Ser, o reconhecimento de nós mesmas como mulheres e da relação do ser mulher completa com a vida. Resgatando a nossa feminilidade que nunca nos impediu de ser capazes e libertas. Para poder avançar ainda mias, temos de nos libertar das correntes internas que nos seguram e entrar no País das Maravilhas.

As nossas qualidades, os nossos dons são as forças de vida que nos permitem avançar e ganhar a batalha as nossas DUALIDADES INTERNAS.

A heroína atravessa a meia-luz… quando a mulher… tu mulher superas os limites da tua própria realidade anterior, algo te convida a ir mais além da segurança do já conhecido.

Quando a heroína ultrapassar a penumbra, reúne-se com os seus aliados e enfrenta-se com os seus adversários e começa afrontar as provas do caminho….

Nos primeiros anos como Mulheres adultas as provas são exteriores, apresentam-se de forma exterior (encontrar o seu desenvolvimento e afirmação laboral, curso superior, bom emprego, relações amorosas, estabilidade económica…) e aqui surge o primeiro adversário: Uma voz interior que diz “É bom jogar pelo seguro”, quando nos aparecem caminhos alternativos aos que cultural e socialmente se espera. Essa voz prende-nos ao passado, a velhos modelos de comportamento, de relacionamento e de estilo de vida… É difícil acreditar em nós mesmas e na integridade da nossa busca, porque as dúvidas existem e aparecem sempre. Mas nesta etapa também surgem aliados: a esperança e a perseverança, mesmo quando experimentamos dor ou vazio. A resistência e o medo têm de ser superados.

Alice trava a sua batalha, uma batalha que lhe exige muito e que a torna consciente da sua própria força levando-a a comprometer-se com a vida através da responsabilidade eautonomia representadas no arquétipo da Rainha. Aconselho-vos a ver o filme “Alice no País das Maravilhas” de Tim Burton para compreender o padrão da jornada interior das mulheres, tão igualmente válida para os homens também . . .

“Imaginar a outra verdade por realidade,

e a torna-la verdadeira,

é que é difícil, muito difícil!”

Alice Valente

Também deixo outra sugestão : a primeira edição de “Cadernos de Estímulos- Desafio: Cria-te!”, apresenta uma proposta criativa para conhecer os monstros que formam o exercito da Rainha Vermelha, esses monstros históricos que são os pilares das nossas crenças negativas básicas e reconhecer os aliados, os defensores da Rainha Branca, aqueles que motivam e protegem a tua criatividade(cria-vida).

“Avança com confiança em direcção aos teus sonhos! Vive a vida que imaginas-te. A medida que simplificas a tua vida, as leis do universo se simplificam também.” Henry David Thoreau