Bênção do Útero – 6 de Maio 2012


O meu relato sobre a minha sincronização da Bênção do Útero 
6 de Maio 2012

Sentido como o ar entrava dentro do meu ser… sentido o seu suave toque… toda a minha atenção se centrou nesta graça que o Abuelo Aire nos oferta… e a cada respiração completa ia mais e mais fundo… até que estava nas profundezas de mim mesma… sentia que estava a flutuar na água… na água do meu mar interno e no momento certo a meditação proposta levou-me até aquela árvore enorme… uma árvore na qual habitava uma mulher… mulher e árvore eram uma… eram eu…. Eram o meu espaço mais íntimo e sagrado…. Onde late clara e nitidamente a minha essência. No cimo da árvore no ramo direito estava pousado um esquilo que me observava atentamente… e no lado oposto, no galho mais alto do ramo esquerdo da árvore, estava pousada uma pomba branca… aproximei-me um pouco mais da árvore e senti que do meu pescoço pendia uma fita vermelha e na fita estava presa uma chave prateada. A voz da árvore-mulher sussurrou por entre os meus cabelos:
-Ésta llave abrirá la puerta de tu templo sagrado con ella tendrás acceso a tus dones, nada bloqueara tu camino si los usas.
 Com uma inspiração profunda a Bênção do Útero começa… não sei explicar mas senti a conexão do meu corpo… do meu útero com a natureza como nunca a tinha sentido antes, assim como senti de forma clara e profunda que faço parte de uma espiral de úteros interminável. A experiencia que a Miranda Gray me proporcionou, junto a tantas mulheres, conduziu-me a um labirinto cheio de passagens que me fizeram avançar… ainda mais profundamente para o meu espaço íntimo e sagrado, o meu útero, o útero da minha mãe, da minha avó… voltar a começar uma e outra vez… parar… olhar e continuar. Descender cada vez mais fundo até aquele espaço quente que é o ventre da Mãe Terra… que com o seu Cálice a transbordar de Sangue Feminina me desvelava os seus ocultos poderes. 

A energia da minha Madre Luna entrava pelos meus ramos (cabeça e braços) até chegar ao meu útero e imanar uma energia prateada para a minha vagina, para os meus ovários, para as minhas trompas… para os meus peitos…

-¡Lo sé!- gritei –La Doncella, La Madre, La Hechicera y La Bruja me estarán esperando y abriré  todas las puertas que las retienen y las rescatare...

Sentei-me junto a árvore encostando as minhas costa no seu tronco forte e retirei a chave do meu pescoço, levantei suavemente as minhas 7 saias e coloquei a chave entre as minhas pernas… segurei-a com as minhas coxas… fechei os olhos e permaneci ali, quieta, sentido a chave em contacto com a minha pele.
Comecei a sentir como uma energia de cor prateada brotava da minha vagina e se estendia por tudo o meu corpo até regressar a novamente a minha vagina… mas havia uma porta… uma porta com quatro fechaduras. Eu só tinha uma chave, como podia uma chave abrir quatro fechaduras diferentes?

Então ouvi a voz de uma mulher, uma voz jovem, cheia de vida que me preguntou:
- ¿Cuál es el lenguaje de tu corazón cuando la Luna  sube al cielo aún chiquita?
Coloquei as mãos sobre o meu peito e imaginei uma bela e atrevida Lua Quarto Crescente a passear no céu:
-El lenguaje de mi corazón en Luna Creciente es el lenguaje de la osadía… del coraje.
-Abre el primer cerrojo- disse a voz jovem.
Retirei a chave das minhas coxas e abri a primeira fechadura. A chave perdia a sua cor prateada e ganhava uma cor azul celeste.
Quando a chave era completamente azul ouvi a voz de uma outra mulher, uma voz um pouco mais velha mas cheia de vida… uma voz que me transmitia segurança e esta segunda voz também que me preguntou:  
- ¿Cuál es el lenguaje de tu corazón cuando la Luna  sube al cielo Llena de amor?
Voltei a colocar as mãos sobre o meu peito e imaginei uma perfeita Lua Cheia a passear no céu:
-El lenguaje de mi corazón en Luna Llena es el lenguaje de mi voluntad.
-Abre el segundo cerrojo- disse a segunda mulher.
Peguei na chave azul e abri a segunda fechadura. A chave perdia a sua cor azul celeste e ganhava uma cor verde.
Quando a chave era completamente verde ouvi a voz de uma terceira mulher, uma voz mais velha ainda mas cheia de vida… uma voz cheia de magnetismo e esta terceira voz também tinha uma pregunta para mim:
- ¿Cuál es el lenguaje de tu corazón cuando la Luna  sube al cielo Llena de misterio?
Novamente, coloquei as mãos sobre o meu peito e imaginei uma misteriosa e magnética Lua Quarto Minguante a passear no céu:
-El lenguaje de mi corazón en Luna Menguante es el lenguaje de mi conocimiento ancestral.
-Abre el tercer cerrojo- disse a terceira mulher.
Peguei na chave verde e abri a terceira fechadura. A chave perdia a sua cor verde e ganhava uma cor vermelha, intensa como um rubi.
Quando a chave era completamente vermelha ouvi a voz de uma quarta mulher, uma voz ainda mais velha que a última, mas cheia de vida… uma voz forte, sabia e esta quarta voz também tinha uma pregunta para mim:
- ¿Cuál es el lenguaje de tu corazón cuando la Luna  sube al cielo Negra?
Colocando as mãos sobre o meu peito imaginei uma poderosa Lua Nova a passear no céu:
-El lenguaje de mi corazón en Luna Nueva es el lenguaje del silencio
-Abre el último cerrojo- disse a quarta mulher.
Ao abrir a última fechadura a minha vagina abriu-se… e abriu-se aos meus pés um caminho novo. Comecei a caminhar por um trilho de erva e pedras vermelhas até chegar a uma montanha enorme, contornei as suas saias até encontrar uma pequena entrada para o seu interior, abaixei-me e entrei, do outro lado encontrei uma gruta cálida e segura onde estavam as quatros mulheres… eram La Doncella, La Madre, La Hechicera y La Bruja.
Estavam a minha espera, olhei nos olhos de cada uma delas, não sabia muito se aquilo era real ou fruto da minha imaginação. La Bruja sentiu a minha hesitação e aproximou-se e disse-me:
 - Abriste la puerta de tu templo sagrado porque encontraste las llaves que andabas buscando: la del silencio; la del conocimiento; la de tu propia voluntad y la de la  osadía.
Has re-encontrado las llaves de tu puerta sagrada nos las pierdas por miedos o dudas usalas para acogerlos y transformarlos.
Quando regressei senti necessidade de estar com as minhas mulheres, abri os olhos e fiquei sentada no meu quarto a olhar para o Mural das Minhas Ancestrais, conversando com cada uma delas… agradecendo-lhe tudo o que me legaram mesmo aquilo que eu ainda não descobri ou aquilo que me custou aceitar. E com cada uma delas celebrei esta profunda meditação-bênção do útero.
Grata à Miranda Gray e a todas as mulheres que participaram e nos acompanharam com o seu útero-coração.

Grata desde o meu útero-coração. 
Aida


Próxima sincronização da Bênção do Útero dia 2 de Agosto 2012 mais informação AQUI



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